Mortos que constroem cidades

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Descrição

Este livro tem por objetivo analisar os sepultamentos e cemitérios da vila de São João Batista de Nova Friburgo a partir de 1818 e no decorrer do século XIX. Em 1819 ocorreu a primeira leva de imigrantes suíços de maioria católica, liderada por um padre e marcada pela presença minoritária de evangélicos/reformados, cuja maioria foi convertida ao catolicismo após pressões das autoridades eclesiásticas locais, mantendo as estruturas da vila como católicas, inclusive o cemitério. Alguns que não se submeteram conseguiram construir seu próprio espaço de sepultamento, em geral, no terreno onde haviam vivido. Com a chegada da segunda leva de imigrantes – agora germânicos de maioria evangélico-luterana liderada por um pastor reformado –, em 1824, houve tensões e conflitos entre os dois líderes espirituais, em especial, quando o pastor realizou rituais fúnebres que se desdobraram na criação do primeiro cemitério evangélico na área urbana da vila. A pesquisa teve como suporte uma variada documentação, composta por: diários de imigrantes, correspondências e ofícios entre as autoridades locais e imperiais, vasta bibliografia. Além destas, foram utilizados livros de óbito, casamento e batismo para obter informações sobre as práticas fúnebres católicas e evangélicas. A partir da investigação, foi possível constatar que a concorrência de diferentes confissões religiosas cristãs numa mesma região produziu considerável liberdade para obter opções de sepultamentos, cemitérios e diferentes vivências da morte mediadas por rituais fúnebres antagônicos.

Ronald Lopes

Mestre e Licenciado em História pela UNIRIO, Pós-graduado em Ciências da Religião pela UCAM e Bacharel em Teologia pela FACETEN.

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